A envolvente caracteriza-se por construções em lote próprio, em banda e individualizadas com pequenos intervalos, vazios que permitem o contacto visual com a Ria ao longo da rua.
O edifício desenvolve-se através de uma matriz geradora com a subdivisão do espaço em 2/3 e 1/3 (espaços de estar - espaços de serviço e distribuição) até à sub-modulação das fachadas. Deste princípio e por se tratar de uma casa de férias pretende-se dar maior relevância aos espaço sociais e criar um espaço único que liga as duas frentes da casa - Ria e Mar.
As escadas são o eixo vertical interior que interliga e comunica com os diferentes pisos pela transparência visual e de luz, culmina num volume recortado, alusivo às cabines dos barcos de pesca sobre o convés, isto é, a cobertura transformada em terraço exposto à paisagem da Ria e do Mar, atenuando a maior volumetria da empena do vizinho. Pretende-se que a comunicação da casa com o espaço urbano reflicta o seu interior, denunciando a sua organização longitudinal, reforçada pela empena cega a norte "versus" os planos das fachadas nascente e poente mais dinâmicas, podendo estas figurarem várias leituras, devido ao sistema de portadas de correr, aos planos de vidro e aos efeitos da luz-sombra-reflexo ao longo do dia e noite. Pretende-se também re-interpretar a referência ao lugar através da utilização da madeira verticalmente (o ritmo do lugar) para as portadas de protecção ao sol e de ventilação da casa, assumindo um caractér de casa "abstracta" no contexto da linguagem arquitectónica do lugar.
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